20 novembro, 2011

Escravidão
No Brasil colonial, inicialmente os índios foram escravizados pelos portugueses. Depois, milhões de pessoas foram trazidas do continente africano na condição de escravos, isto é, na condição de ‘coisas”, de mercadorias compradas e vendidas.



O escravo, no entanto, não era uma ‘mercadoria” qualquer, pois tinha vida... e podia trabalhar, falar e pensar.

Os portugueses que vieram colonizar o Brasil, viam a terra como um meio de enriquecimento. Extraíam as riquezas para enviá-las a Portugal e para o resto da Europa. Vendiam suas mercadorias por preços baixos. Portanto, tinham de vendê-las em grande quantidade para obter lucros. Como adquirir grande quantidade de produtos? Utilizando a força de trabalho de outras pessoas, mas um trabalho que não precisasse ser pago. Mesmo vendendo mercadorias a preços baixos, teriam lucro porque o valor gasto na produção das mercadorias era baixíssimo. Bastava comprar um escravo para que, durante muito tempo, o valor empregado na compra fosse recuperado através do trabalho que ele podia realizar.

Para os portugueses e outros comerciantes europeus que negociavam com a colônia, a escravidao propocionava lucros ainda maiores; Vinham comprar os produtos e as riquezas do Brasil, vendiam na Europa por preços altos, obtendo muito lucro. Além dos produtos que iriam vender na Europa, levavam do Brasil mercadorias baratas, como o fumo e a cachaça, trocando-as na África por escravos. Ao voltar, vendiam as “peças” de escravos aos fazendeiros por preços elevados. Na África, o escravo era obtido em troca de bugigangas. No Brasil valia ouro!!
Dessa maneira, a escravidão estava integrada dentro do funcionamento do sistema colonial, constituindo a sua base de sustentação.
Escravizar interessava aos fazendeiros e aos comerciantes, pois dava lucro para ambos. Interessava aos reis de Portugal, pois a “mercadoria viva” significava rendimentos para a Coroa na forma de impostos.

Portugal poderia ter colonizado o Brasil sem a escravidão? Poderia. Mas a quantidade de riquezas extraídas teria sido menor. Nem todos os portugueses gostavam da ideia de vir para a colônia, um lugar dominado por florestas, animais selvagens e um clima muito quente. Se pessoas livres tivessem vindo trabalhar aqui, recebendo salários, isto significaria dinheiro circulando dentro da colônia, o que estimularia o seu desenvolvimento interno. Não era era exatamente o que Portugal desejava, mas apenas a escravidão seria a saída para explorar o Brasil sem investir aqui.
Em todo o período colonial, entraram no Brasil entre 3.300.000 a 3.600.000 negros. Após a chegada dos europeus na África, algumas tribos tornaram-se especialistas em caçar, vender e trocar prisioneiros com os comerciantes. Na África, havia muita guerra entre várias tribos. Aproveitando-se dissso, o traficante branco fazia “amizade” com certos grupos africanos, encomendando-lhes o aprisionamento de negros rivais para a escravidão..
Depois de aprisionados na África, os negros eram acorrentads e marcados com ferro em brasa. Aí, eram transportados para o Brasil nos chamados navios negreiros
Os principais lugares de embarque na África eram Angola, Guiné e Moçambique


No Brasil, os negros desembarcavam em Recife, Salvador e Rio de Janeiro.
O navio negreiro saía da àfrica com uns 600 escravos. Dentro do navio os traficantes formavam um grupo de uns doze homens brancos. Havia muito medo de os negros se revoltarem. Por isso, os escravos ficavam trancados no porão do navio
Na venda e na viagem para o Brasil, parentes e amigos eram separados. O espaço era pequeno e sem ventilação. O calor era insuportável. Além disso, a água era suja e faltavam alimentos para os escravos. Devido aos maus-tratos recebidos e às terríveis condições do transporte, aproximadamente 40% dos negros morriam durante a viagem. Por isso, os navios negreiros eram chamados de tumbeiros (palavra referente a tumba ou sepultura).
Era terrível o destino dos negros que sobreviviam à viagem no navio negreiro.Vendidos no próprio porto de desembarque em leilões de escravos, pelos comerciantes aos fazendeiros.
Eram levados principalmente para os engenhos nas fazendas de cana-de-açúcar, nas de fumo e de mandioca, para as áreas de mineração e também nas casas e nas cidades, os escravos trabalhavam e produziam. Sempre sob a fiscalização do feitor, o negro era obrigado a trabalhar, em média 15 horas por dia. Os colonos mais ricos, como o senhores de engenho eram donos de centenas deles. Como dizia o padre Antonil, a riqueza e poder de alguém, na colônia, eram medidos pelo número de escarvos que poderia possuir.


A violência da escravidão e da resistência negra
Era terrível o destino dos negros que sobreviviam à viagem no navio negreiro. Havia vários tipos de castigos e torturas: chicotadas, prisão em calabouço e pena de morte.
Os castigos impiedosos, o excesso de trabalho e a falta de alimentação acabavam destruindo rapidamente, a saúde do escravo. A maioria dos negros morria durante os cinco primeiros anos de vida.
De várias maneiras, os negros procuravam reagir contra a violência da escravidão. Muitos fugiam em busca de liberdade e fundavam comunidades para se protegerem das perseguições dos capitães-do-mato (homens violentos que capturavam escravos).
A história tradicional passava a ideia de que a escravidão do negro foi suave. Diziam que o negro era submisso e não reagia. Isso é totalmente falso, mentiroso.
A escravidão negra é uma história cheia de violência do senhor dos escravos. Cheia também de revoltas e de lutas do negro, que procurava a libertação.
As comunidades criadas pelos negros eram chamadas de quilombos.
Dos muitos quilombos criados pelos negros, o mais famoso e importante foi o Quilombo dos Palmares.
Zumbi foi o grande líder de Palmares
. Era ele quem comandava o povo negro nas suas lutas contra os ataques dos brancos. Corajoso e inteligente, a fama de Zumbi espalhou-se como lenda pelo Brasil Colônia. Os negros o consideravam invencível.

Fonte dos textos: Livros didáticos :FNDE-Ministério da Educação-Brasil Uma História em Construção. (José R. Macedo e Mariley W. Oliveira)/História & Consciência do Brasil-Ed. Saraiva-Gilberto Cotrim

Nenhum comentário:

Postar um comentário