27 novembro, 2011





Bom dia Brasil! Minha pátria amada. Bom dia para todos os países e para cada coração deste planeta!




Hoje à tarde meus amigos, vou participar do Evento da Associação Cultural do Camorim, ainda em comemoração ao Dia de Zumbi dos Palmares e da Consciência Negra.
O tempo aqui está chuvoso, mas não é chuva forte. Está bem gostosinho... Apropriado para o aconchego no lar ao lado do esposo, da esposa e dos filhos. Sugerindo-nos darmos aquele abraço, e o carinho, que o tempo sempre corrido faz com que nos esqueçamos que a família é o que temos de mais precioso.
Depois do almoço, dá um soninho... Mas, nada de dormir a tarde inteira! Que tal um bom filme com pipoca bem quentinha? Ao anoitecer, é bem-vindo um belo romance dos nossos grandes autores. E, acompanhando a leitura, suaves músicas clássicas... Chopin, Beethoven... Completarão perfeitamente as boas escolhas deste domingo.
É o que vou fazer, quando eu voltar do evento. Amanhã eu conto como foi e posteriormente, vocês verão as fotos aqui no Blog.


Iniciamos nosso dia, com as belas poesias de Castro Alves e Cruz e Souza


Muita Paz! Bom Dia!!!






O Livro e a América

Talhado para as grandezas,
Pra crescer, criar, subir,
O Novo Mundo nos músculos
Sente a seiva do porvir.
— Estatuário de colossos —
Cansado doutros esboços
Disse um dia Jeová:
"Vai, Colombo, abre a cortina
"Da minha eterna oficina...
"Tira a América de lá".

Molhado inda do dilúvio,
Qual Tritão descomunal,
O continente desperta
No concerto universal.
Dos oceanos em tropa
Um — traz-lhe as artes da Europa,
Outro — as bagas de Ceilão...
E os Andes petrificados,
Como braços levantados,
Lhe apontam para a amplidão.


Olhando em torno então brada:
"Tudo marcha!... Ó grande Deus!
As cataratas — pr'a terra,
As estrelas — para os céus.
Lá, do pólo sobre as plagas,
O seu rebanho de vagas
Vai o mar apascentar...
Eu quero marchar com os ventos,
Com os mundos... co'os
firmamentos!!!"
E Deus responde — "Marchar!"

"Marchar! ... Mas como?... Da Grécia



Nos dóricos Partenons,
A mil deuses levantando
Mil marmóreos Panteons?...
Marchar co'a espada de Roma
— Leoa de ruiva coma
De presa enorme no chão,
Saciando o ódio profundo. . .
— Com as garras nas mãos do mundo,
— Com os dentes no coração?...


Marchar!... Mas como a Alemanha
Na tirania feudal,
Levantando uma montanha
Em cada uma catedral?...
Não!... Nem templos feitos de ossos,
Nem gládios a cavar fossos
São degraus do progredir...
Lá brada César morrendo:
"No pugilato tremendo
"Quem sempre vence é o porvir!"



Filhos do sec’lo das luzes!
Filhos da Grande nação!
Quando ante Deus vos mostrardes,
Tereis um livro na mão:
O livro — esse audaz guerreiro
Que conquista o mundo inteiro
Sem nunca ter Waterloo...
Eólo de pensamentos,
Que abrira a gruta dos ventos
Donde a Igualdade voou!...



Por uma fatalidade
Dessas que descem de além,
O sec'lo, que viu Colombo,
Viu Guttenberg também.
Quando no tosco estaleiro
Da Alemanha o velho obreiro
A ave da imprensa gerou...
O Genovês salta os mares...
Busca um ninho entre os palmares
E a pátria da imprensa achou...



Por isso na impaciência
Desta sede de saber,
Como as aves do deserto
As almas buscam beber...
Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n'alma
É germe — que faz a palma,
É chuva — que faz o mar.



Vós, que o templo das idéias
Largo — abris às multidões,
P'ra o batismo luminoso
Das grandes revoluções,
Agora que o trem de ferro
Acorda o tigre no cerro
E espanta os caboclos nus,
Fazei desse "rei dos ventos"
— Ginete dos pensamentos,
— Arauto da grande luz! ...



Bravo! a quem salva o futuro
Fecundando a multidão! ...
Num poema amortalhada
Nunca morre uma nação.
Como Goethe moribundo
Brada "Luz!" o Novo Mundo
Num brado de Briaréu...
Luz! pois, no vale e na serra...
Que, se a luz rola na terra,
Deus colhe gênios no céu
!...


Castro Alves
Do livro:Literatura Comentada-Castro Alves--Castro Alves

Sempre o Sonho



Para encantar os círculos da Vida
é ser tranqüilo, sonhador, confiante,
sempre trazer o coração radiante
como um rio e rosais junto de ermida.

Beber na vinha celestial, garrida
das estrelas o vinho flamejante
e caminhar vitorioso e ovante
como um deus, com a cabeça enflorescida.

Sorrir, amar para alargar os mundos
do Sentimento e para ter profundos
momentos e momentos soberanos.

Para sentir em torno à terra ondeando
um sonho, sempre um sonho além rolando
vagas e vagas de imortais oceanos.




Cruz e Sousa
Do livro: Literatura Comentada-Cruz e Sousa

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