18 março, 2011


15 de março Dia da Escola
Escolas Inovadoras

Uma das canções do grupo Titãs mais apreciadas pelos jovens repete, em seu refrão, versos que talvez representem a mais urgente reivindicação da juventude em nossos dias: “Só quero saber do que pode dar certo, não tenho tempo a perder”. Numa sociedade que insiste em enxergar os jovens, tal qual as crianças, como simples indivíduos de passagem para a vida adulta, tais versos soam como brados de uma juventude que, por meio da poesia, ou melhor, aliada à poesia, vem incessantemente tentando nos ensinar como quer e o que espera de seu futuro. Porque, antes de tudo, também precisa dar certo...
A realidade, entretanto, infelizmente é outra. Isto porque o clamor juvenil não raro esbarra nos ouvidos surdos de uma minoria que, no comando de ações sociais e não por acaso formada por “adultos”, ainda faz questão de ignorar as formas plurais e legítimas de expressão da juventude, a quem sempre é reservada a posição de espectador, muito embora constitua numericamente
a maior parcela da população brasileira. Nossos jovens vivem, assim, uma situação paradoxal, que se pudesse ser expressa por meio de uma fórmula matemática, para o mais teria sempre o resultado o menos, representado pelo esquecimento, pelo descaso e pelo abandono com que são tratados pelo chamado mundo “adulto”.
Uma das conseqüências mais perversas dessa negligência tem se manifestado, de modo recorrente, em diversos episódios envolvendo situações de violência- em alguns casos, de estrema gravidade no interior de escolas situadas nos mais diversos pontos do país, mostrando, ao contrário do que muitos supõem, que não existem mais regiões protegidas. Deste modo, acompanhando o chamado fenômeno de globalização da economia, também a violência vem se impondo crescentemente em nosso cotidiano, invadindo espaços onde sua presença não pode ser tolerada, como é o caso de nossas escolas, locais em que o convívio, o aprendizado da cidadania e a prática da solidariedade de forma alguma podem deixar de ser a tônica dominante.
As escolas brasileiras também não têm tempo a perder, precisam saber do que pode dar certo.

Cristóvam Buarque
Parte do Texto do Livro Escolas Inovadoras da UNESCO



Jornal Hoje 16/03/2011
http://g1.globo.com/jornal-hoje

Professora é agredida por uma carteira escolar lançada por um aluno

A agressão ocorreu em uma escola estadual em Guaimbê, no interior de São Paulo. Essa é mais uma história absurda de violência nas salas de aula.
Giuliano Tamura Bauru, SP

A professora de matemática pediu silêncio à turma. Além de não ser atendida, ainda foi agredida por uma carteira escolar lançada por um aluno de 16 anos. Essa é mais uma história absurda de violência nas salas de aula. A professora registrou boletim de ocorrência na delegacia.
A agressão ocorreu em uma escola estadual em Guaimbê, no interior de São Paulo.
"Ele veio com tudo, com uma carteira, e veio acertar a minha cabeça. Seguraram ele que tentou pegar a carteira de novo. Foi muito frustrante porque a gente fica assim com medo de dar aula. A gente tem receio de entrar em sala de aula porque falta respeito", relata a professora Sandra Bontempo.
O aluno foi encaminhado pela polícia militar ao conselho tutelar.
"Praticamente todos os dias nós somos solicitados por algum desentendimento entre aluno-professor, e às vezes, aluno-direção", relata Clóvis Barreto, policial militar.
Essa prática está retratada numa pesquisa realizada pelo sindicato dos professores da rede estadual no centro-oeste paulista, que mostra que 38% dos professores já viram algum aluno ameaçando um colega dentro da sala de aula. Ainda segundo o estudo, quase metade dos professores já foi ofendida por estudantes.
"Vivendo nesse ambiente de violência, isso acaba estressando os professores e lamentavelmente não existe apoio algum aos professores", conta Juvenal de Aguiar, diretor Apeoesp.
A psicóloga Maria José Barbosa explica que a violência escolar pode ser consequência da falta de limites impostas aos filhos pelos pais. “Forme, eduque, diga não. Porque o não não mata. Mas a falta do não mata. Esse menino poderia ter matado essa professora”, diz.

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