20 janeiro, 2011

20 de Janeiro dia de São Sebastião padroeiro do Rio de Janeiro


“São Sebastião”, de Rafael Sanzio – óleo s/madeira (1502 – 1503)



LENDA DE SÃO SEBASTIÃO-I
São Sebastião do Rio de Janeiro



São Sebastião é um santo muito popular no Brasil. Ele é o padroeiro do município do Rio de Janeiro, dando seu nome à cidade, desde sua fundação, por Estácio de Sá (1° de março de 1565). Reza a lenda que, na batalha final que expulsou os franceses que ocupavam o Rio, São Sebastião foi visto de espada na mão entre os portugueses, mamelucos e índios, lutando contra os franceses calvinistas. Além disso, o dia da batalha coincidiu com o dia do santo, celebrado em 20 de janeiro.

Desde algum tempo os índios suspeitavam que os povoadores eram avisados dos seus preparativos de guerra, cada vez que eles pretendiam ataca-los, de maneira que ligeiros e sucessivos assaltos não surtiam, o desejado efeito, instigados pelos franceses, os tamoio resolveram concentrar todas as suas forças e recursos de guerra para uma ação geral e decisiva contra os povoadores, de todos os lados afluíram ao Rio de Janeiro bandos de guerreiros indígenas como o afamado Guaixará, grande cacique de Cabo Frio, para exterminar os povoadores e arrasar o arraial da Cara de Cão.
E no mês de Julho, estavam prontos para o combate escondidos detrás de uma ponta de morro, acabaram emboscando Francisco Velho que atravessa a barra em busca de madeira, porém a manobra foi percebida do arraial por Estácio de Sá.
Que de imediato reuniu, apressadamente a sua gente e partiu em socorro de Francisco Velho, com quatro canoas de guerra quando em perseguição dos tamoios, se aproximaram da ponta de terra, surgiu detrás dele um temeroso bando de igáras comandados por Guaixará, Estácio de Sá, cercado pela horda selvagem, defendeu-se tenazmente, pusera a funcionar a roqueira* que trazia em sua canoa, atirando sobre o inimigo; mas a luta era desigual e violenta, e no auge da luta, após um disparo da roqueira, a pólvora explode na canoa portuguesa, erguendo no ar uma espessa camada de fumaça. De subido, a mulher do cacique Guaixará, tomada de pavor, propaga o pânico em todo o gentio, e o terror lastrou com rapidez contagiante, e a turba selvagem. alucinada e pávida, desandou a fugir desordenadamente. Tão imprevisto quão insólito sucesso, naquele transe aflitivo para os povoadores, revelou-se a sua imaginação como resultante de uma verdadeira intervenção divina. Correram todos a Capela de São Sebastião, a render-lhe graças pela salvação das suas vidas, daí a lenda atribuída aos tamoios, da aparição de um jovem guerreiro em armadura de combate, durante a luta, passando de uma para outra canoa portuguesa, produzindo nos índios uma surpresa terrível; daí também, a tradição, conservada desse sucesso, que por muito tempo foi comemorado no dia de São Sebastião, simulando combates de canoas na baía da Guanabara, com isto se tornou a primeira lenda da história da Cidade do Rio de Janeiro.
*ROQUEIRA: sf (roca1+eira) 1 Antigo canhão que atirava pelouros de pedra. 2 V ronqueira, acepção 3. 3 ant V bacamarte.


Fonte Texto: http://www.geocities.com/Area51/Atlantis/2970/principal.htm



Lenda de São Sebastião-II

Era junho de 1556. No Rio de Janeiro, Estácio de Sá combatia os franceses e tamoios. A diferença numérica era causa de sucessivos desastres para os portugueses.

O chefe guerreiro Guixara, índio antropófago, preparava uma cilada: à frente iam apenas quatro canoas como chamariz para os portugueses; ao largo, oitenta ligeiras embarcações, de reserva, cairiam sobre eles, fazendo-os prisioneiros ou mortos.

Ia nesse momento, Francisco Velho buscar madeira para construção de uma igreja a São Sebastião, padroeiro da cidade nascente. Os índios saíram-lhe ao encalço. Estácio de Sá, percebendo o incidente, e, com valentes soldados, em quatro canoas apenas, correram a salvar o lenhador. Imediatamente apareceram as canoas restantes.

Entre o céu e o mar, a luta foi terrível. Alguém, caindo de joelhos, ao estouro da pólvora, exclamou:

- Valha-me, ó mártir São Sebastião!

Os tamoios, amedrontados, desertaram, deixando muitas canoas cheias de índios que foram presos.

Depois, os vitoriosos guerreiros, renderam graças a São Sebastião com flores e hinos.

É da lenda, que tenham os tamoios perguntado após o combate:

- Quem era aquele bravo guerreiro que andava saltando em vossas canoas?

Ao que os portugueses respondiam convictos:

- O bravo gentil homem que vistes, era São Sebastião, nosso padroeiro.

(RUIZ, Corina Maria Peixoto. Didática do folclore).

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