27 maio, 2013


Bruxinha Madame Bene Amitié - O Saci

Vamos começar nossas aventuras pelo maravilhoso Folclore Brasileiro com o nosso querido Saci.
 
"Nosso folclore é rico em monstrengos, também chamados de mitos. Essas histórias de seres sobrenaturais são muito antigas e variam de uma região para outra. Neste texto, foram escritas de modo a preservar o jeito como se fala."  ( Escritor Ricardo Azevedo)
(Imagem: O Saci e Pedrinho-Sítio do Picapau Amarelo)
O Saci
Gente da cidade grande, acostumada com luz elétrica, entregador de pizza, televisão, poluição, telefone celular, trânsito e computador, não entende nada de saci, só vai ver o saci no dia de São Nunca. Acontece que o saci é filho do mistério, filho do vento que assobia, filho das sombras que formam figuras no escuro da floresta, filho do medo de assombração. O saci é uma dessas coisas que ninguém explica.

... Dizem que o saci tem mania de esconder as coisas e depois fica escondido, dando risada, enquanto a gente faz papel de bobo.O saci é um ser misterioso habitante do mato. Sua aparência é a de um negrinho pequeno e risonho, de uma perna só, com capuz vermelho enterrado na cabeça, sem pelos no corpo, nem órgãos para fazer xixi e cocô. Costuma ter três dedos nas mãos, que são furadas, e, quando quer, solta um assobio misterioso e fica invisível. Além disso, vive com o joelho machucado e sabe comandar os mosquitos, pernilongos e pulgas que vivem atazanando
a vida da gente. Tem outra coisa: o malandrinho aprecia fumar cachimbo e consegue soltar fumaça pelos olhos! Quando está de bom humor, pode ajudar as pessoas a encontrar objetos perdidos. Em compensação, adora pregar as piores peças nos outros: faz os viajantes errarem seu caminho, esconde dinheiro e coisas de estimação, faz vasos, pratos e copos caírem sem
motivo e quebrarem, gosta de judiar dos bichos e é especialista em fazer comida gostosa dar  dor de barriga...
O saci pode ser perigoso. Às vezes chama as criancinhas, canta, dança, inventa lindas histórias e acaba fazendo as infelizes se perderem na floresta. Pode também fazer um caçador entrar no mato e nunca mais voltar.
Em certos lugares, dizem que o danado, quando perseguido, dá risada, vira passarinho e desaparece deixando todo mundo de queixo caído.
  

Para dominar o saci só tem um jeito: primeiro, pegar uma peneira. Segundo, esperar um rodamoinho dos fortes. Terceiro, atirar a peneira bem em cima do pé-de-vento. Quarto, agarrar o saci que aparecer preso na peneira. Quinto, arrancar seu capuz e, sexto, prender o espertinho dentro de uma garrafa. Sem aquele gorro vermelho o saci fica apavorado, ameaça, geme, choraminga, fala palavrão, implora e acaba fazendo tudo o que a gente quer.
Pode até ser bom morar na cidade, mas como seria gostoso, um dia, assim, de repente, encontrar um saci de verdade fazendo bagunça, fumando cachimbo, soltando fumaça pelos olhos, virando passarinho e sumindo no espaço!

Ricardo Azevedo. Bazar do folclore-Ministério da Educação-FNDE-Literatura em Minha Casa

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